Carta de Repudio ao CIMI
Vimos através deste repudiar a
publicação na edição especial do jornal Porantim intitulada “Natureza a Venda” sobre os
projetos de REDD e a entrevista do
indígena Henrique Yabaday Surui. Quero salientar que tudo o que foi dito não é
real, tratam-se de mentiras voltadas para prejudicar os indígenas e os projetos
que estão sendo executados de forma correta e contribuindo para proteger as
terras indígenas do avanços dos madeireiros ilegais, que destroem a floresta.
Ressaltamos que a iniciativa de RIA – REDD+Indígena
Amazonico na Terra Indígena Igarapé Lourdes não está no contexto de REDD+,
e sim no REDD+ Indígena Amazonico, que é
iniciativa feita pela COICA – Coordenação das Organizações Indigenas da Bacia
Amazonica, que vem desde2012 trabalhando com uma metodologia pensada pelos
povos indígenas.
Fomos convidado pela COICA e com a referencia do projeto
GATI- Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas projeto este
desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente passamos a discutir e trabalhar esta iniciativa com instituições
sérias, que tem compromisso e responsabilidade
com os povos indígenas, que são: a Coordenação das Organizações Indígenas da
Bacia Amazonica-COICA, Forest Trends, ICCO e o IPAM. A Kanindé – Associação de
Defesa Etnoambiental posteriormente foi convidada por nós, para participar por
ter realizado a convite dos povos indígena Ikolen (Gavião) e Karo (Arara) o
diagnóstico e o etnozoneamento e o Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé
Lourdes em 2004 e 2005, mesmo antes de se pensar ou se falar em REDD+,
participam outras instituições locais
governamentais e não governamentais.
Trabalhamos com o nosso povo de forma articulada, fazendo
reuniões e seminários quanto ao RIA na Terra Indígena Igarapé Lourdes. O
projeto tem o seu contexto com uma gestão holística e vida plena para todos,
respeitando os princípios de organização social,cultural e ambiental do povo
indígena Ikolen (Gavião) e Karo (Arara),sendo assim o povo é quem constrói o
projeto de acordo com seus conhecimentos e seu entendimento, de modo a mostrar
como deve ser feitas as iniciativas para atender os anseios de toda a
comunidade. Não há necessariamente um projeto de carbono, existe atividades
adicionais relacionadas que poder ser introduzido para as alternativas
econômicas sustentáveis sem por em risco o meio ambiente. Visamos assim, a
perspectiva de futuro para o presente e para futura geração. A proposta não
será construída sem a participação do coletivo.
Repudiamos o que disse Henrique Surui e o que publicou o
CIMI – Conselho Indigenista Missionário, pois estes não conhecem nosa
realidade, nunca foram na nossa terra falar sobre os projetos que executamos,
muito menor apoio para resolvermos problemas como o roubo ilegal de madeira em
terras indígen.
A atitude desrespeitosa do CIMI e do Henrique Surui, só
servem para propagar mentiras, dividir o povo indígena e facilitar o roubo de
madeira e invasões de ruralista em nossas terras.
Não admitimos que
ninguém seja “branco” ou indígena trate com falta de respeito nosso povo e
nossas instituições.
Diante do exposto, Repudiamos
o que publicou o Porantim e EXIGIMOS DIREITO DE RESPOSTA e que nossa Nota de
Repudio seja publicada nas páginas do Porantim.
Coordenação executiva da Padereehj
Ji-Paraná-RO, 17 de dezembro de 2014