quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Nota de repúdio em apoio aos Munduruku

Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa

Humaitá-AM, 23 de outubro de 2013

Nota de Repúdio
Ao Governo Brasileiro pelo que ocorreu com os povos Munduruku e pela proposta de construção de hidrelétrica no rio Tapajós.

Nós, caciques e lideranças indígenas do Amazonas, do Pará e de Rondônia, reunidos no grande Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa, realizado na cidade de Humaitá/AM, com cerca de 300 participantes dos povos Tenharim, Parintintin, Mura, Jiahui, Munduruku, Gavião, Miranha, Arara, Zoró, Karitiana, Torá, Apurinã, Jupaú, Macuxi e Sateré entre os dias 20 a 23 de outubro 2013, em aliança com outros movimentos e organizações (Movimento Negro, Movimento Atingidos por Barragens, comunidades tradicionais e Via Campesina), contando com o irrestrito apoio e solidariedade de amplos setores e organizações sociais (ONGs, sindicatos e movimentos populares, entre outros), vimos a público repudiar os ataques planejados pelo Governo do Brasil com seus Ministérios e parlamentares ruralistas do Congresso Nacional que representam interesses de grandes grupos econômicos, contra os nossos direitos originários e fundamentais, principalmente os direitos sagrados à terra, territórios e bens naturais garantidos pela Constituição Federal de 1988.
Repudiamos de publico a atitude da Polícia Federal do Brasil, que no dia 7 de outubro, sob o pretexto de combater garimpagem ilegal, sem respeitar nossos direitos, sem respeitar nossa casa, nosso espaço sagrado, entrou em conflito com os indígenas Munduruku da aldeia Teles Pires, fronteira entre Pará e Mato Grosso e tratou o Povo com descaso, violência, ameaçando crianças, mulheres e idosos, tendo ainda como resultado final o assassinato de um Munduruku com quatro tiros no peito e um na cabeça e vários indígenas feridos.
Diante desta arbitrariedade, exigimos a apuração dos fatos e a punição dos envolvidos, que estes sejam criminalmente penalizados.
Vimos ainda, repudiar a construção de hidrelétricas no rio Tapajós, pois este projeto do Governo Brasileiro só trará destruição para a floresta, os povos indígenas e as populações ribeirinhas.
Exigimos respeito do Governo para com os povos indígenas.


Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa

Humaitá-AM, 23 de outubro de 2013

Aos
Procuradores Federais da República em Rondônia e Amazonas
Dr. Raphael Bevilacqua
Dr. Henrique Felber Heck
Dr. Júlio Jr
Nós, caciques e lideranças indígenas do Amazonas, do Pará e de Rondônia, reunidos no grande Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa, realizado na cidade de Humaitá/AM, com cerca de 300 participantes dos povos Tenharim, Parintintin, Mura, Jiahui, Munduruku, Gavião, Miranha, Arara, Zoró, Karitiana, Torá, Apurinã, Jupaú, Mura Pirahã, Macuxi e Sateré Maué entre os dias 20 a 23 de outubro 2013, em aliança com outros movimentos e organizações (Movimento Negro, Movimento Atingidos por Barragens, comunidades tradicionais e Via Campesina), contando com o irrestrito apoio e solidariedade de amplos setores e organizações sociais (ONGs, sindicatos e movimentos populares, entre outros), vimos por meio deste encaminhar ao Ministério Público Federal – MPF documento aprovado ontem sobre a Usina Tabajara solicitando a inclusão de outros Povos no Termo de Referência de Tabajara, incluindo os povos isolados.

Sem mais pela Comissão agradecemos,

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