Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá
Kagwahiwa
Humaitá-AM, 23 de
outubro de 2013
Nota de Repúdio
Ao
Governo Brasileiro pelo que ocorreu com os povos Munduruku e pela proposta de
construção de hidrelétrica no rio Tapajós.
Nós, caciques e lideranças indígenas do
Amazonas, do Pará e de Rondônia, reunidos no grande Encontro de Lideranças do
Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa, realizado na cidade de Humaitá/AM, com
cerca de 300 participantes dos povos Tenharim,
Parintintin, Mura, Jiahui, Munduruku, Gavião, Miranha, Arara, Zoró, Karitiana,
Torá, Apurinã, Jupaú, Macuxi e Sateré entre os dias 20 a 23 de
outubro 2013, em aliança com outros movimentos e organizações (Movimento Negro,
Movimento Atingidos por Barragens, comunidades tradicionais e Via Campesina),
contando com o irrestrito apoio e solidariedade de amplos setores e
organizações sociais (ONGs, sindicatos e movimentos populares, entre outros), vimos
a público repudiar os ataques planejados pelo Governo do Brasil com seus
Ministérios e parlamentares ruralistas do Congresso Nacional que representam
interesses de grandes grupos econômicos, contra os nossos direitos originários
e fundamentais, principalmente os direitos sagrados à terra, territórios e bens
naturais garantidos pela Constituição Federal de 1988.
Repudiamos de publico a atitude da
Polícia Federal do Brasil, que no dia 7 de outubro, sob o pretexto de combater
garimpagem ilegal, sem respeitar nossos direitos, sem respeitar nossa casa,
nosso espaço sagrado, entrou em conflito com os indígenas Munduruku da aldeia
Teles Pires, fronteira entre Pará e Mato Grosso e tratou o Povo com descaso,
violência, ameaçando crianças, mulheres e idosos, tendo ainda como resultado
final o assassinato de um Munduruku com quatro tiros no peito e um na cabeça e
vários indígenas feridos.
Diante desta arbitrariedade, exigimos a
apuração dos fatos e a punição dos envolvidos, que estes sejam criminalmente
penalizados.
Vimos ainda, repudiar a construção de hidrelétricas no rio Tapajós, pois este
projeto do Governo Brasileiro só trará destruição para a floresta, os povos
indígenas e as populações ribeirinhas.
Exigimos respeito do Governo para com os povos
indígenas.
Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá
Kagwahiwa
Humaitá-AM, 23 de
outubro de 2013
Aos
Procuradores
Federais da República em Rondônia e Amazonas
Dr. Raphael
Bevilacqua
Dr. Henrique
Felber Heck
Dr. Júlio Jr
Nós, caciques e
lideranças indígenas do Amazonas, do Pará e de Rondônia, reunidos no grande
Encontro de Lideranças do Movimento Indígena Morogitá Kagwahiwa, realizado na
cidade de Humaitá/AM, com cerca de 300 participantes dos povos Tenharim, Parintintin, Mura, Jiahui,
Munduruku, Gavião, Miranha, Arara, Zoró, Karitiana, Torá, Apurinã, Jupaú, Mura
Pirahã, Macuxi e Sateré Maué entre os dias 20 a 23 de outubro 2013, em aliança com
outros movimentos e organizações (Movimento Negro, Movimento Atingidos por
Barragens, comunidades tradicionais e Via Campesina), contando com o irrestrito
apoio e solidariedade de amplos setores e organizações sociais (ONGs,
sindicatos e movimentos populares, entre outros), vimos por meio deste
encaminhar ao Ministério Público Federal – MPF documento aprovado ontem sobre a
Usina Tabajara solicitando a inclusão de outros Povos no Termo de Referência de
Tabajara, incluindo os povos isolados.
Sem mais pela
Comissão agradecemos,
Nenhum comentário:
Postar um comentário