MACHADINHO - Usina Tabajara deverá gerar mais de 50 milhões de reais e 2.800 empregos diretos
Empresas que estão fazendo o estudo para a implantação da Usina Tabajara promoveram uma reunião para prestar esclarecimentos sobre os andamentos dos trabalhos e situação do empreendimento. A reunião aconteceu na noite de sexta-feira (21), no Centro Cultural, em Machadinho.
O GET – Grupo de Estudos Tabajara – composto pelas empresas: Construtora Queiroz Galvão, Eletrobras Eletronorte, Furnas e Endesa Brasil apresentou um breve resumo dos trabalhos realizados e pontuou as etapas que virão a seguir. De acordo com o apresentado os estudos de viabilidade técnica, econômica e socioambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Tabajara estão praticamente prontos e serão encaminhados as autoridades competentes para que seja dado prosseguimento ao projeto. Após aprovação desses estudos, inicia-se a fase das audiências públicas e licenciamento junto ao Ibama (Licença Prévia), em seguida será emitida a Licença de Concessão e consequente elaboração do Edital e Leilão para contratação do Consórcio que ficará responsável pela execução da obra. Após a realização da licitação será emitida a Autorização da Construção pela ANEEL, que envolverá os Projetos Básicos de Engenharia e Ambiental, para, então, ser liberada a Licença de Instalação, pelo IBAMA e o conseguinte e efetivo início da construção da usina. De acordo com uma previsão super otimista dos técnicos é possível que todo esse processo possa ser concluído até meados de 2015.
Levando em consideração a Usinas de Jirau, a equipe técnica fez um comparativo e apresentou números significativos para a AHE Tabajara. Foi informado que a usina Tabajara é dez vezes menor que Jirau, considerando o percentual, deverá gerar cerca de 2.800 empregos diretos. Desse total, quarenta por cento será de mão-de-obra local, ou pouco mais de 1.100 trabalhadores, o restante da mão-de-obra será importada de outras regiões.
O GET deixou claro que irá montar um grande acampamento nas proximidades da obra, com isso de 80% a 90% dos trabalhadores que virão para o município irão se alojar no acampamento, o que frustra um pouco as expectativas quanto ao aumento de inquilinos e possíveis compradores de imóveis. Muitas casas e apartamentos estão sendo construídos visando o aumento dessa demanda, mas segundo o informado, a grande maioria dos trabalhadores deverá ficar mesmo nas proximidades da Usina.
Outra informação relevante foi a de que a RO-133, estrada que leva até o local da futura obra, não será asfaltada, serão realizadas apenas melhorias no leito da estrada e a recuperação de pontes. A responsabilidade de asfaltar a RO, segundo o GET é do governo do Estado e não faz parte do projeto da construção da usina.
AS COMPENSAÇÕES
O ponto mais positivo para Machadinho foi a notícia dos percentuais a serem repassados, da totalidade da arrecadação com a produção da energia gerada 6% (seis por cento) serão revertidos a título de compensação pela utilização dos recursos hídricos, os chamados “royalties”, desse percentual 45% (quarenta e cinco por cento) será de Machadinho, outros 45% vão para o Estado de Rondônia e 10% (dez por cento) serão destinados a órgãos do governo federal.
Outras rendas irão beneficiar diretamente ao município, a exemplo o imposto sobre serviço (ISSQ), a ser pago pelo Consórcio durante a realização da obra, que de acordo com os técnicos, serão em torno de 50 milhões de reais, em três anos, prazo estipulado para conclusão da obra. Isso significa algo em torno de 1,4 milhões ao mês. Comparando com a previsão orçamentária para 2014, que prevê uma arrecadação própria em torno de 6 milhões, cerca de 500 mil/mês, o que resultaria num aumento de 280% na arrecadação mensal. Estima-se que, aproximadamente, 250 milhões sejam destinados para pagamento dos trabalhadores durante a execução da obra.
AHE TABAJARA
Estudos realizados no período de 1984 a 1987 apontaram, a região de Tabajara, como único potencial hidrelétrico na bacia do rio Machado, com reservatório na cota de 80 metros acima do nível do mar e potência de instalação de 350 megawatts (MW). Esses estudos foram revalidados entre os anos de 2004 as 2006. Com isso deu-se início ao projeto que visa o aproveitamento do potencial hidrelétrico da bacia hidrográfica na região visando a construção da Usina Tabajara.
A usina será operada a Fio D’água, tendo uma área de reservatório de 128,8km², com cota de nível d’água de operação de 80m e potencial para produzir 350MW. A energia produzida será suficiente para atender a 40% da demanda residencial do Estado de Rondônia.
A energia gerada pela usina será transmitida para os centros consumidores através do Sistema Interligado Nacional (SIN), fazendo parte das linhas de transmissões das fontes geradoras que abastecem todo o país. Com isso tanto poderá fornecer quanto receber energia através da rede. Esse tipo de forma cooperativa da utilização de energia é utilizado para equilibrar o consumo nas diversas regiões do país.